Brasília, 23/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - São os fazendeiros que, ideológicamente, levam os quilombolas a recusar a regularização de terras. Assim eles continuam aumentando o limite de suas terras para vendê-las, disse hoje a coordenadora de políticas de combate ao racismo do governo do Mato Grosso do Sul, Ana Sena, no segundo dia do seminário América do Sul, África, Brasil 2004, que se realiza no Hotel Nacional.
"Há interesses em torno da comunidades por fazendeiros. Eles infiltram pessoas que impõem uma política de relação que inibe a comunidade e fazem a cabeça das pessoas para que elas recusem o título de posse, que é um título coletivo, um direito de resguardar a comunidade como patrimônio cultural do estado brasileiro. Com isso, nenhum fazendeiro poderia vender as terras. Eles vendem 30 hectares e o fazendeiro demarca 60, 90 hectares", contou, ao final do debate sobre "O Acesso a Terra e Populações Tradicionais"
No Mato Grosso do Sul há duas comunidades quilombolas reconhecidas pela Fundação Palmares. Outras oito, não informadas pela prefeitura, segundo Ana Sena, estão sendo visitadas.