Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A aprovação pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) da documentação relativa à compra da Embratel pela mexicana Telmex independe da decisão da Corte de Falências de Nova York sobre a operação, que baterá o martelo no próximo dia 13 de abril.

A informação é do presidente da Embratel, Jorge Rodriguez. Ele acredita que a Telmex enviará a documentação à Anatel o mais rápido possível. A partir da entrada da documentação, ele estima que o prazo de 60 a 90 dias para aprovação da venda pela Agência seria razoável.

Até o dia 8 de abril, a Corte de Falências de Nova York estará recebendo questionamentos sobre a operação, mas Rodriguez considerou muito difícil uma reversão, embora a possibilidade não seja impossível.

Indagado sobre a diferença existente entre o valor oferecido pela Telmex, da ordem de US$ 360 milhões e a oferta feita pelo consórcio formado pelas operadoras fixas Telemar, Brasil Telecom e Telefônica e a empresa Geodex, Rodriguez afirmou que o documento apresentado à Corte pelo consórcio declara um valor de cerca de US$ 350 milhões, bem diferente dos US$ 550 milhões que foram divulgados.

O que deve ser observado ,ressaltou, é o fato de verificar-se se a operação não fere a lei de telecomunicações, que determina que uma concessionária não pode deter o controle de outra,ou se haveria concentração de mercado. "O fechamento da venda para as operadoras fixas criaria um enorme desafio para a Anatel apreciar uma questão como essa que claramente fere o espírito da lei", avaliou.

O presidente da Embratel disse, ainda, acreditar que o interesse das fixas pelo controle da companhia eliminaria o contencioso que têm hoje com a empresa. Um dos benefícios para as operadoras fixas Telemar, Brasil Telecom e Telefônica seria "a Embratel sumir" por meio do preço de criação de monopólio e a eliminação das várias pendências junto à Anatel, onde elas têm alta probabilidade de perder, disse Rodriguez.