Brasília - A secão suíça do Fundo Mundial pela Natureza (WWF) e os supermercados COOP, segunda maior rede da Suíça, vão estabelecer critérios ecológicos para a compra de soja proveniente da América do Sul.
O objetivo é atrair a atenção do consumidor suíço para o desmatamento abusivo de florestas no Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai para o plantio, utilizada na Europa essencialmente na alimentação de animais.
A organização ecológica considera "escandaloso" que, com essa finalidade, se derrubem florestas e cerrados, destruindo milhares de espécies necessárias ao ecossistema.
O cerrado brasileiro
O caso do cerrado brasileiro é citado como exemplo pelo WWF suíço. Segundo a organização, a superfície de cultivo de soja aumenta 1,7 milhão de hectares por ano (área correspondente ao do cantão suíço de Fribourg).
Jennifer Zimmerman, responsável do setor alimentação no WWF suíço, revelou à swissinfo que em janeiro de 2005 será organizada no Brasil uma mesa redonda que reunirá os produtores de soja, autoridades e representantes dos supermercados Coop para discutir o tema.
"Por enquanto, o WWF, como a Coop, trabalham na elaboração de uma série de normas que os agriculturores deverão respeitar para obter o selo de qualidade Coop Natura, ou seja, produtos que a rede garante aos consumidores suíços como biológicos, saudáveis e que respeitam a natureza", explica Jennier Zimmerman.
Barreiras
A responsável do WWF está consciente das dificuldades. A produção se transformou em importante fonte de divisas para os países do continente devido à demanda da Europa e da China.
Segundo previsões de especialistas, o consumo mundial de soja crescerá 40% até 2020, o que supõe, para o WWF, que o desmatamento para o cultivo vai continuar.
É esperado, portanto, que essa campanha de sensibilização encontre resistência nos meios econômicos dos países produtores. "Contamos com o trabalho de nossas representações locais e com alguns contatos com membros de governos e de agricultores. Temos de fazer um trabalho prévio de informação", afirma a responsável do WWF suíço.
As informações são do site swissinfo.org