Brasília - O projeto Solis, que prevê a adoção do software livre pelo Senado Federal, será lançado oficialmente na próxima segunda-feira, no Interlegis. No encontro, os técnicos vão detalhar a proposta do Solis para, no prazo de dois a três anos, promover a migração dos atuais softwares proprietários para os de programas de computador com código-fonte aberto, mudança que vai proporcionar ao Senado economia tanto na compra, quanto na manutenção desses produtos.
Somente com o pagamento pela utilização (royalties) de programas da Microsoft, por exemplo, o Senado terá que desembolsar R$ 3,5 milhões anuais. E, mesmo assim, porque o novo contrato, assinado em 29 de dezembro do ano passado, foi resultado de uma demorada negociação com o fornecedor, que envolveu outros grandes clientes da esfera federal (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Tribunal de Contas da União, Correios) e assegurou uma redução de 50% no valor inicialmente proposto pela empresa norte-americana.
Somente este contrato representa hoje 80% dos desembolsos do Senado com o pagamento de programas de computador. O dinheiro que for economizado poderá ser empregado em outros produtos de informática para a crescente demanda de serviços e atualizações de equipamentos. A cada ano, um terço das máquinas mais defasadas tecnologicamente são trocadas pela Casa.
A mudança deverá ser cuidadosa e por etapa, ressalta o diretor da Consultoria do Prodasen, Roberto de Baère. "É preciso planejamento, pois o Prodasen atende a quatro mil usuários do Senado Federal. Vamos analisar cada nicho passível de aplicação e promover um estudo de custo e benefício para a migração", justificou.
A senadora Serys Slhessarenko, autora de projeto de lei determinando que o uso de softwares proprietários pela administração pública ficará condicionado à comprovada ausência de programas livres - que têm código-fonte aberto - para os mesmos fins, é ainda mais enfática.
"O software livre, sem dúvidas, fará com que a tecnologia da informação desenvolva-se em grande escala, por dar condições de ser praticado o livre conhecimento. Queremos uma sociedade livre, justa e inclusiva. A tecnologia de informação é cada vez mais vital. O código aberto faz parte do resgate da cidadania dos brasileiros", afirmou.
As informações são da Agência Senado