Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ano de 2004 será marcado pela melhoria da qualidade dos postos de trabalho, com diminuição da subocupação observada em 2003, aí entendido o rendimento menor do que um salário mínimo/hora, de acordo com definição do IBGE. A expectativa é do Coordenador do Grupo de Acompanhamento Conjuntural do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Paulo Levy.
Ele explicou que, com relação à questão do emprego, o crescimento da ocupação ocorrido no ano passado esteve centrado em trabalhos de baixa remuneração, os chamados "bicos". Já para 2004, o Instituto espera que o aumento da ocupação, embora não seja muito grande, vai se traduzir em uma melhora muito importante da qualidade dos postos de trabalho, acompanhada de um aumento da remuneração.
Levy admitiu, entretanto, que esse aumento do emprego de melhor qualidade não significa necessariamente que serão empregos com carteira, ou seja, o Ipea espera que haja melhoria na ocupação, mas não na informalidade.
Com relação à renda, Levy imagina que o processo de aumento dos rendimentos médios reais, que já começou em algumas regiões, como a região metropolitana de São Paulo no final de 2003, tenda a se espalhar para o resto da economia brasileira. O processo depende fundamentalmente da queda da inflação, afirmou o economista e diretor do Ipea. A continuidade dos níveis de inflação baixa, que devem acontecer ao longo do ano, contribuirá para consolidar esse quadro de aumento de renda, avaliou.
O Ipea não fez projeções percentuais para o nível de desemprego neste ano, tendo em vista que a mudança da metodologia da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) não permite fazer esse tipo de exercício. O Instituto, contudo, já encontrou uma forma de elaboração das previsões, por meio do uso da Pesquisa de Emprego e Desemprego estaduais. Os números deverão ser divulgados já no próximo Boletim de Conjuntura Trimestral, em junho.