Governo premia trabalhos sobre Violência e Mídia

11/03/2004 - 13h46

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O governo federal premiou hoje cinco alunos de cursos de graduação vencedores da oitava edição do Concurso Nacional de Monografias – Prêmio Ariosvaldo de Campos Pires. Os finalistas foram escolhidos entre 58 participantes de todo o país, que escreveram sobre o tema "Violência e Mídia: Repressão e Prevenção". O concurso foi promovido pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), do Ministério da Justiça.

Durante a premiação, o ministro Márcio Thomaz Bastos destacou que a mídia, muitas vezes, constrói a realidade no país. No entendimento de Bastos, a noção de que os veículos de comunicação apenas são um espelho da realidade foi superada. "Hoje, sabemos que não é assim. A vida real, o mundo concreto, mostra que a mídia, muitas vezes, constitui a realidade, interage com a realidade, produzindo transformações que mudam o rumo da história", salientou.

Em seu discurso, Bastos fez uma homenagem póstuma ao jurista e professor Ariosvaldo de Campos Pires, ex-presidente do CNPCP e da Ordem dos Advogados do Brasil. Nesta edição, o concurso recebeu o nome do advogado, que, para Thomaz Bastos, além de ser um "brilhante advogado de júri, foi homem com preocupações sociais fortes".

O primeiro colocado, o estudante de Direito, da Faculdade Anhangüera de Ciências humanas de Goiás, Anderson Luiz Almeida Andrade, destacou que é justamente o interesse pelas questões sociais que deve guiar o trabalho dos profissionais de mídia. "O jornalismo é, com raras e honrosas exceções, guiado pela tirania dos índices de audiência", criticou Andrade. Para ele, a regulação da informação na mídia televisiva deve "coadunar com os princípios éticos revelados na Constituição".

O futuro advogado também chamou a atenção para o "grande poder dos meios de comunicação sobre a sociedade". Essa influência, ressaltou Andrade, aumenta ainda mais a responsabilidade da mídia.

Em segundo lugar, ficou Cynthia Cristina de Carvalho e Silva, aluna de Direito da Universidade de Brasília e em terceiro, Carlos Roberto Rodrigues Batista, do curso de Direito da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Os três primeiros colocados receberam prêmios em dinheiro e livros.