Governo investirá na construção de armazéns graneleiros

11/03/2004 - 8h08

Brasília - O governo federal desembolsará nos próximos três anos cerca de R$ 600 milhões em operações de investimento para ampliar a capacidade de estocagem dos grãos de produtores, cooperativas e armazenadores. Com o objetivo de incrementar em 8 milhões de toneladas a capacidade dos armazéns de grãos, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Ministério da Fazenda e o Banco do Brasil lançaram em conjunto o Programa de Investimentos em Sistemas de Armazenagem (BB Armazenagem).

Os recursos para a nova linha virão principalmente dos programas de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop) e de Incentivo à Irrigação e à Armazenagem (Moderinfra), além do FCO Rural, do Fundo Constitucional do Centro-Oeste. O prazo de pagamento dos empréstimos varia entre 8 e 12 anos, com juros de 6% a 10,75% ao ano. "A logística e a infra-estrutura são absolutamente fundamentais para continuarmos a avançar na produção agrícola", diz o ministro Roberto Rodrigues. "Por isso, o presidente Lula determinou ainda a destinação de R$ 200 milhões para recuperar as estradas por onde escoa a safra e dar mais rapidez ao processo de converter os armazéns da Conab em Ponta Grossa (PR) e Rondonópolis (MT) ao sistema alfandegado".

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil tem capacidade para armazenar apenas 90 milhões de toneladas. Na safra passada, o país produziu 123,2 milhões de toneladas. Na atual, a Conab prevê uma colheita de 130,8 milhões de toneladas. Além da quantidade insuficiente, os armazéns estão concentrados na região Sul, enquanto as fronteiras agrícolas do Centro-Oeste respondem por mais de 30% da produção de grãos do país.

Ao lançar o "BB Armazenagem", o governo pretende reverter este quadro. A Conab avalia que se não houver investimentos no setor, o Brasil chegará em 2010 com um déficit de estocagem próximo de 50 milhões de toneladas. A intenção do Banco do Brasil é utilizar no novo programa todas as linhas de financiamento voltadas às diversas cadeias produtivas do agronegócio, incluindo agricultura familiar, empresarial, empresas exportadoras e processadoras de produtos agropecuários. Além das linhas especiais constantes do Plano Agrícola e Pecuário 2003/2004, o BB poderá estruturar operações de demandas específicas na área.

As informações são do Ministério da Agricultura