Iara Falcão
Repórter da Agência Brasil
Salvador - O consultor do Ministério da Cultura sobre Indústrias Culturais no Mercosul, o professor Gabriel Alvarez, disse que a cultura representa um por cento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. A parcela pode chegar a dois por cento, somada a indústria de suporte – como aparelhos de DVD, TV, gravadores – e pode chegar a três por cento se incluídos os bens de capital. Alvarez participa, em Salvador (BA), do Seminário Internacional sobre Cultura e Desenvolvimento nos Países de Língua Portuguesa.
"É um setor significativo que movimenta mais que outros setores que recebem fortes incentivos, como a indústria automobilística, a cana de açúcar, etc," , afirmou. O professor acrescentou que o setor cultural também gera empregos, segundo as estatísticas oficiais. "Você tem cerca de 700 mil postos de trabalho formais. Se você soma a isso o trabalho informal, vai dar mais de um milhão de postos de trabalho nessa economia da cultura, sem contar o artesanato que não aparece nessas estatísticas oficiais.", informou.
Diante dos números, Alvarez criticou a quantidade de recursos do orçamento destinada ao Ministério da Cultura. "Estamos falando de um setor que movimenta 1% do PIB e que movimenta uma força de trabalho de aproximadamente um milhão de pessoas, e dentro do Orçamento da União, o Ministério da Cultura, tem 0,4% mais 50% contingenciados", disse.
A importância da cultura para a economia é um dos assuntos tratados nas oficinas do Seminário Internacional. Até amanhã (12), os participantes devem sugerir soluções e projetos práticos para serem encaminhados à III Reunião Ministerial da Cultura dos Países de Língua Portuguesa, prevista para abril , em Maputo, Moçambique.
Entre as várias propostas levantadas pelos participantes da oficina de Economia e Cultura, estão o levantamento de indicadores econômicos que possam nortear as políticas públicas e a isenção de taxas para facilitar a circulação de bens culturais entre os membros da CPLP: Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Guiné Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.
Outras oficinas que acontecem no seminário são as que tratam das relações entre a cultura e a educação, memória cultural, gestão e organização da cultura, linguagens culturais, mídia e informação e as culturas populares.