Brasília, 8/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - O desenvolvimento de novas tecnologias e procedimentos cirúrgicos para o tratamento ocular está zerando a miopia de pacientes portadores de córnea muito fina, condição que impedia a correção total do defeito por meio da tradicional cirurgia corretiva com laser.
Recentemente, um estudo desenvolvido pelo médico brasiliense Canrobert Oliveira deu origem a um novo procedimento cirúrgico específico para este tipo de paciente. A nova técnica, que já vem sendo aplicada em vários países do mundo, é resultado da associação entre dois procedimentos utilizados na correção da miopia: a Ceratotomia Radial e a Lasik (foto-ablação do Excimer Laser).
A Ceratatomia Radial nas cirurgias de miopia em córnea fina tinha sido praticamente abandonada pelos oftalmologistas por provocar a hipermetropia pós-operatório, que consiste no relaxamento progressivo da superfície da córnea. Com a nova técnica, as incisões são realizadas no interior da parede corneana e não mais na superfície, eliminando qualquer possibilidade de redução de espessura.
Canrobert Oliveira explica que ao unir as duas técnicas, a redução da miopia se dá pelo relaxamento do tecido e não pela redução da espessura da córnea. "Fazemos quatro microscópicas incisões no leito, sob o disco, e depois eliminamos o resíduo com o Excimer Laser". A reunião das duas técnicas será apresentada este ano no Congresso Internacional de Cirurgia Refrativa promovido pela Associação Americana de Oftalmologia.
Em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), o médico brasiliense também está desenvolvendo um equipamento capaz de determinar o grau de flexibilidade da córnea e de prever o resultado de uma cirurgia: o Bioelastômetro. "A bioelasticidade pode determinar se o paciente está apto para sofrer uma cirurgia refrativa e se o procedimento terá resultado satisfatório ou não".