Brasília - O ministro português da Economia, Carlos Tavares, que integra a comitiva do primeiro- ministro Durão Barroso à 7ª Cimeira Brasil-Portugal, disse que chegou o momento de se passar da fase de intenções à fase de concretização de projetos bilaterais. Ele revelou que existe uma carteira de 15 grandes projetos de investimento de grupos brasileiros em Portugal, em áreas que vão do turismo à siderurgia, passando por tecnologias de informação e química, entre outras.
"Queremos inverter o fluxo do investimento e trazer para Portugal interesses brasileiros, o que aliás já começou a acontecer em 2003, uma vez que os empresários brasileiros investiram mais em Portugal do que os portugueses no Brasil", informou. Carlos Tavares disse que vai reafirmar aos brasileiros que seu país tem condições atraentes para investimento ou para servir como base de atuação dos interesses empresariais na União Européia.
"Temos tudo o que os outros países europeus podem oferecer e ainda mais, a língua e uma relação especial entre os dois países e povos", assinalou.
O ministro Tavares terá encontro amanhã (9) em São Paulo, ao lado de Durão Barroso, com um grupo de potenciais investidores brasileiros. E disse que no encontro hoje com o ministro brasileiro Luiz Fernando Furlan, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Exterior, serão abordados temas ligados aos investimentos, à balança comercial e às dificuldades administrativas e burocráticas nas exportações de empresas portuguesas para o Brasil.
"Queremos que o Brasil exporte mais para Portugal e para a União Européia, via Portugal, mas queremos também exportar mais para o Brasil", afirmou. E garantiu que o Brasil continua a ser prioridade para Portugal e revelou que o Núcleo Empresarial de Promoção Externa considera o país, na sua estratégia para as exportações portuguesas, como "um dos mercadores prioritários para 2004 e 2005".
Internacionalização
Tavares considerou a criação de um Conselho Empresarial Portugal-Brasil, que deverá ser anunciada no final do encontro no Palácio do Itamaraty, uma medida que pode permitir contato permanente de empresários dos dois países ao longo de todo o ano, "tornando mais fáceis e mais fluidas as relações econômicas". Na opinião do ministro, os dois países "não necessitam de mais acordos: é preciso passar das palavras aos atos".
Em referência aos investimentos portugueses no Brasil, Carlos Tavares defendeu que a internacionalização das empresas "tem de ser feita com os pés bem assentados no terreno e, para isso, torna-se necessário que sejam empresas competitivas no seu próprio mercado (Portugal)". Acrescentou, sobre as joint ventures, que os investimentos "têm de fazer parte de uma estratégia de complementaridade das empresas em relação à sua atuação em Portugal". E defendeu um "reposicionamento dos empresários em relação ao mercado brasileiro", ao lembrar que o Brasil deve ser cada vez mais "um mercado para vender o que se produz em Portugal".
Da agência Lusa