Milena Galdino
repórter da Agência Brasil
Brasília, 8/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, acredita que o presidente Lula dará a devida consideração às críticas e sugestões enviadas pelo Partido dos Trabalhadores ao governo, nesse final de semana. Em uma entrevista no Palácio do Itamaraty, Furlan disse que "o presidente saberá dar o encaminhamento devido a essas sugestões para que dentro do governo sejam consideradas, já que o partido é a base do próprio governo", ressaltou ele, que não é filiado ao PT.
Furlan continuou dizendo que "toda gestão, seja empresarial ou governamental, deve ter princípios e rumos e, ao mesmo tempo, a suficiente flexibilidade para perceber momentos de ajustes finos". Sobre os ajustes finos – que são questões ligadas à microeconomia – ele destacou a importância de mudanças que possam ajudar a reativação de investimentos e de postos de trabalho. "Essa flexibilização não compromete o objetivo maior do governo, que é desenvolvimento, geração de empregos e crescimento econômico, por exemplo", disse o ministro.
Furlan criticou a legislação trabalhista brasileira. "Deve ser adaptada ao século 21", defendeu, citando que mesmo aqueles países que criaram sua legislação trabalhista baseada nas leis brasileiras já se atualizaram. Entre o que ele aponta como as partes mais desatualizadas da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), estão a situação de empresas individuais, o trabalho domiciliar e os horários flexíveis.
Ao lado do ministro português da Economia, Carlos Tavares, Furlan disse que é necessário aumentar os investimentos brasileiros em Portugal. Os dois concordaram, também, que a qualidade dos produtos trocados pelos países também pode melhorar e ganhar mais valor agregado. Furlan disse que o Brasil considera emprestar o sistema eleitoral eletrônico para que seja testado em Portugal. "O espírto é completamente aberto para que haja colaboração ampla nos temas necessários", comentou o ministro.