UNE discute proposta do MEC de vagas ociosas para estudantes carentes

06/03/2004 - 17h16

São Paulo, 6/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - A União Nacional dos Estudantes (UNE), que representa 3,6 milhões de alunos universitários em faculdades particulares e públicas em todo o país, pede clareza sobre a proposta do Ministério da Educação de ocupação de vagas ociosas na rede privada de ensino superior por estudantes carentes, incluída no programa "Universidade para Todos".

O presidente da UNE, Gustavo Petta, defende que a "estatização das vagas no ensino privado deve ser encarada como uma medida emergencial". Segundo ele, o MEC deve dar prioridade à expansão de vagas nas universidades públicas além de considerar a possibilidade da abertura de cursos noturnos.

Com o objetivo de discutir o tema, a diretoria executiva da UNE realizou na tarde de hoje, reunião com diretores da entidade e de DCE’s de todos os estados. O encontro também contou com a presença do secretário-executivo do MEC, Fernando Haddad, que ressaltou que o objetivo do MEC é atender cerca de 100 mil alunos nos próximos três anos, aproveitando até 25% das vagas em instituições particulares de ensino superior.

Segundo Haddad, o MEC vai fazer um edital para uma avaliação das faculdades interessadas em participar do programa em duas etapas: pré-qualificação e análise da proposta da instituição.
"Esse programa não visa apenas o aumento de vagas, mas também a qualidade dos cursos para os alunos que terão acesso à universidade", comentou Haddad.

"A proposta do programa é beneficiar o estudante com méritos, bem classificado no Enem, mas que mesmo sem renda possa ingressar no ensino superior", explicou Haddad, admitindo que hoje a dificuldade no que se refere a entrada nas universidades ocorre por conta dos altos custos das mensalidades e pelo pequeno número de vagas na universidade pública.

O secretário-executivo do MEC estima que até o meio do ano, "as regras estarão estabelecidas com clareza e segurança para que o setor privado se interesse em oferecer as vagas".