Embrapa investe na qualidade do caju para exportação

06/03/2004 - 9h36

Olga Bardawil
Repórter da Agência Brasil

Fortaleza - Para aumentar as exportações de caju, o Brasil está investindo não só na qualidade da fruta mas também na garantia de sua qualidade, oferecendo um selo de conformidade para produtores que participam do Sistema de Produção Integrada.

Nesta segunda-feira, a Embrapa Agroindústria Tropical promove em Fortaleza, o I Curso de Treinamento de Técnicos para Avaliação de Conformidade da Produção Integrada de Caju. O curso vai até o dia 12 de março e é destinado a engenheiros agrônomos, que depois vão poder acompanhar as auditorias obrigatórias para que o selo seja concedido.

A castanha de caju é o terceiro produto agrícola mais exportado do Nordeste, principalmente para os Estados Unidos, e segundo o chefe-adjunto de Comunicação e Negócios da Embrapa Agroindústria Tropical, Victor Hugo de Oliveira, tem um grande mercado a conquistar, especialmente na Europa, onde a preferência ainda é para o produto da Índia e do Vietnam.

O consumidor europeu, de acordo com Victor Hugo, como o americano, está cada vez mais atento não só à qualidade em si da fruta, mas também das condições em que ela foi produzida.
"Eles estão cada vez mais centrados em qualidade e naquilo que nós chamamos de rastreabilidade. Ou seja, você tem que verificar todos os passos que levaram à produção daquele caju. Desde o plantio até a embalagem. E verificar se em qualquer dessas etapas houve por exemplo alguma agressão ao meio ambiente ou ao trabalhador, inclusive exploração de mão de obra infantil".

Victor Hugo disse que esse perfil de consumo já chegou ao próprio mercado interno, onde as grandes redes de supermercado que estão exigindo cada vez mais produtos oriundos de processo de certificação. "É comum nessas redes haver um cadastro de fornecedores e algumas têm agrônomos que fazem inspeções periódicas no campo para verificar como está sendo produzido aquele produto".

À espera desse caju certificado está um mercado que, segundo os números do Ministério da Agricultura, só em fevereiro rendeu US$ 11,1 milhões de dólares com a exportação de castanha de caju sem casca.