Corregedoria apura morte de estudante em delegacia de Cabo Frio

31/01/2004 - 16h26

Rio, 31/1/2004 (Agência Brasil - ABr) - O chefe de Polícia Civil, delegado Álvaro Lins, disse hoje que a postura do governo é a de não admitir tortura em hipótese alguma. O desabafo foi feito a respeito do episódio ocorrido com o estudante Rômulo de Melo, 21 anos, preso na delegacia de Cabo Frio, na Região dos Lagos, morto em circunstâncias ainda não esclarecidas.

Ao tomar conhecimento do fato, Lins determinou o afastamento imediato do titular da delegacia, José Omena, e de todos os policiais de plantão. Ele disse que no mínimo os policiais cometeram crime de omissão, já que a versão apresentada por eles é de que o rapaz sofria de surtos psicóticos e durante uma crise nervosa teria batido com a cabeça na parede da cela no primeiro dia de prisão.

Uma equipe de agentes da Corregedoria de Polícia Civil seguiu hoje para Cabo Frio, para tomar o depoimento do delegado José Omena, de sua equipe e dos presos que ocupavam a mesma cela do rapaz. O secretário de Segurança Pública, Anthony Garotinho, determinou a transferência para a Corregedoria do inquérito aberto na delegacia local sobre a morte do estudante e, ainda que os presos daquela cela sejam transferidos para outra unidade policial, para prestar outro depoimento, sem serem coagidos pelos policiais.

Rômulo de Melo foi preso em flagrante n o último dia 21 por envolvimento num acidente de trânsito e morreu na 3ª feira (27), quando era levado para um hospital, após sofrer nova crise, de acordo com o relato dos policiais.