Intercâmbio comercial Brasil-Índia teve início nos anos 90

24/01/2004 - 8h55

São Paulo, 24/1/2004 (Agência Brasil - ABr) - O estreitamento dos contatos comerciais entre o Brasil e a Índia começou nos anos 90, após a abertura das duas economias. Em 1991, o governo indiano promoveu transformações em sua política comercial, permitindo a livre importação de maior número de mercadorias e restringindo o monopólio governamental sobre importações de petróleo, fertilizantes, óleos para alimentação e cereais. Desde então, o país vem reduzindo suas tarifas de importação – embora ainda altas (32% em média segundo dados do Consulado Geral da Índia) - e incentivando investimentos estrangeiros

A abertura de portas pode ser medida em números. Nos últimos dez anos, o intercâmbio comercial entre Brasil e Índia saltou de US$ 216 milhões (em 1993) para US$ 1,2 bilhão (2003). O governo indiano acredita que o comércio entre os dois países deve chegar a US$ 5 bilhões até 2008.

Cesta de produtos

Segundo dados da Agência de Promoção de Exportações (Apex), os principais produtos brasileiros atualmente exportados para a Índia são máquinas e equipamentos; produtos agrícolas como o açúcar e a soja; óleos brutos de petróleo, produtos siderúrgicos e couro. Os principais produtos indianos comprados pelo Brasil são software, produtos químicos e farmacêuticos, autopeças e têxteis. Apenas o começo do que promete se transformar em uma sólida relação de intercâmbio comercial.

Neste sentido será lançado na Índia, no próximo dia 28, o Fórum Empresarial Brasil/ Índia, presidido pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria – CNI, Armando de Queiroz Monteiro Neto, e pelo presidente da Confederação das Indústrias da Índia (CII). O Fórum será composto por grandes grupos indianos e brasileiros e terá o objetivo de propiciar a troca de informações sobre mercados e oportunidades de negócios nos dois países.

A Apex e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior também pretendem aproveitar a viagem oficial à Índia para assinar contrato com uma consultoria técnica especializada no mercado indiano. O objetivo é identificar áreas onde o Brasil tem maior potencial de exportação e mapear a concorrência.

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) aguarda o resultados da pesquisa para embarcar uma missão de empresários paulistas àquele país. A data provável é maio. "A Índia é um mercado extremamente importante, em crescimento. As tarifas alfandegárias, que eram muito altas, vêm baixando. Estamos olhando com muita atenção e interesse", diz Maurice Costin, diretor do departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp "Muita gente está indo para lá com alta tecnologia. Com certeza a Índia precisar de produtos de tecnologia média, que é o que temos a oferecer", avalia. E arrisca palpite sobre o mercado em expansão: "Podemos vender equipamentos para industrialização e produtos para a classe média, como cosméticos".