Brasília, 19/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - No que depender do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), haverá convocação extraordinária do Congresso Nacional para votar a PEC paralela da previdência, que propõe ajustes na reforma da previdência, já aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado. "Eu, pessoalmente, acho que nós nos comprometemos no Senado com a votação da PEC paralela", afirmou.
Sarney enfatizou que milhões de brasileiros estão esperando que a PEC paralela seja votada e o Congresso não pode passar a imagem de que não deseja aprová-la. José Sarney observou, no entanto, que qualquer decisão neste sentido só será tomada em comum acordo com o presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP).
Por conta da convocação, em entrevista coletiva para as emissoras de rádio nesta manhã, o presidente do Senado chegou a defender a redução do período de recesso do Congresso de 90 para 45 dias. "O período de 45 dias é um bom tempo, pois acabaria com a convocação extraordinária."
José Sarney afirmou ainda que a partir da promulgação das reformas da previdência e tributária, as reformas política e do Judiciário serão as prioridades em 2004 na pauta do Senado. Ele defendeu que a reforma do Judiciário deve possibilitar uma justiça mais célere e esclareceu que é a favor do voto misto partidário para fortalecer os partidos. Disse que o atual sistema político não é bom, porque não fortalece os partidos.
Em relação ao primeiro ano de governo Lula, José Sarney afirmou que a grande qualidade do governo foi assegurar um ano de tranqüilidade social, sem tensões. O parlamentar não quis dar nota ao governo, mas disse que a administração Lula passaria com nota acima da média. Ao comentar as palavras do presidente Lula de que o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, precisou fazer "negócios" com o Congresso - que até o presidente desconhecia - para aprovar as reformas, o senador afirmou que se trata da maneira pessoal que o presidente usa para falar. "Foi uma impropriedade de palavras", disse.
O presidente do Senado fez um balanço positivo das ações do Congresso neste ano. Segundo ele, foram apresentadas mais de cinco mil proposições e realizadas mais de 900 reuniões. Só para aprovação das PECs foram realizadas mais de 100 audiências públicas e 100 reuniões: "foi um trabalho intenso, além da rotina das comissões e das articulações políticas", concluiu.