Brasília, 19/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ex-deputado Jalser Renier (PFL) se entregou ontem (18) à Polícia Federal, em Roraima. Renier é acusado de envolvimento no esquema
"gafanhoto", em que eram desviados recursos da folha de pagamento do Estado por meio da contratação de servidores fantasmas. Segundo as investigações, o ex-deputado recebeu mais de R$ 1 milhão.
O pedido de prisão de Jalser foi feito no último dia 16 de dezembro, assim que ele teve o mandato cassado pelo TRE. Com a prisão preventiva decretada e sem imunidade parlamentar, o
ex-deputado foi procurado pela Polícia Federal, que não o encontrou em sua residência nem na Assembléia Legislativa. Foragido da Justiça, Jalser Renier teve seus bens, inclusive contas bancárias, seqüestradas pela Justiça Federal, a pedido do MPF.
Jalser teve o mandato cassado por distribuir em período eleitoral de 2002 cartões magnéticos de acesso a um cinema e a um parque aquático e bolsas de estudo no curso pré-vestibular Vencer, apontado como sendo de sua propriedade.
A força-tarefa composta pelo Ministério Público Federal, Polícia Federal e Ministério Público Estadual apurou os delitos e os atos de improbidade praticados por uma organização criminosa institucionalizada no governo do Estado de Roraima, que somente no ano de 2002 desviou aproximadamente 70 milhões de reais dos cofres públicos.
A estrutura criada pelos envolvidos no caso dos "gafanhotos" tinha como objetivo principal a apropriação de verbas estaduais e federais – convênios, mediante a contratação de funcionários fantasmas, conhecidos como "gafanhotos", nome recebido popularmente em alusão ao inseto que come folha.
As investigações comprovaram que o esquema criminoso contou com a participação de deputados estaduais e outras autoridades, entre elas o então governador Neudo Campos que autorizava a contratação dos servidores fantasmas e apontado como o mentor da fraude contra os cofres públicos. Cada deputado tinha uma cota de gafanhotos, que variava conforme o vinculo com o governador.
Com informações da Procuradoria Geral da República.