Brasília, 19/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - O Banco Central registrou déficit de US$ 214 milhões no balanço de pagamentos do mês passado. Isto porque as transações correntes e a conta financeira tiveram saídas líquidas de US$ 136 milhões, cada. Além disso, o saldo da balança comercial, de US$ 1,732 bilhão, foi menor em novembro que nos meses anteriores.
Destaque no período para os investimentos estrangeiros diretos de US$ 1,983 bilhão, elevando o acumulado do ano para US$ 8,524 bilhões.
Os números constam do relatório mensal sobre Setor Externo, distribuído pelo chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes. Segundo ele, os gastos líquidos com serviços somaram US$ 208 milhões em novembro, com retração de 27,2% na comparação com o mesmo mês do ano passado. As despesas com transportes internacionais somaram US$ 120 milhões, com recuo de 24,3%, enquanto as despesas com aluguel de equipamentos subiram 22,2%, no total de US$ 125 milhões.
De acordo com Altamir, as remessas líquidas de renda para o exterior foram de US$ 1,898 bilhão, um aumento de 39,6% sobre o mesmo mês do ano passado, somando no acumulado de janeiro a novembro US$ 16,387 bilhões. As remessas com renda de investimento direto aumentaram 67,4% enquanto renda de investimentos em carteira cresceu 29,8%. Os maiores volumes das remessas foram com juros de títulos de renda fixa (US$ 482 milhões), outros investimentos (US$ 553 milhões) e juros de empresas ligadas (US$ 251 milhões).
Os investimentos estrangeiros diretos registraram entrada de US$ 1,983 bilhão, o melhor resultado desde abril do ano passado, o que eleva o acumulado do ano para US$ 8,524 bilhões, embora ainda bem abaixo dos US$ 12,673 bilhões obtidos em igual período de 2002. O economista do BC acredita que mais de US$ 1 bilhão em novos investimentos devem aportar no país neste mês de dezembro, apesar de ser um mês com menos dias úteis, por causa das festas de fim de ano. Altamir Lopes adiantou que o Depec registrou US$ 840 milhões até ontem (18).
De acordo com Altamir, as reservas internacionais do país melhoraram US$ 334 milhões no mês, no conceito de liquidez, e encerraram novembro com o total de US$ 54,4 bilhões. Foi um mês de negócios tranqüilos, sem intervenções no mercado doméstico de câmbio, segundo ele, e os destaques ficaram por conta do pagamento de US$ 331 milhões de juros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e da receita de US$ 100 milhões de remuneração das reservas. As demais operações externas somaram receita líquida de US$ 565 milhões.
O Departamento Econômico do BC também divulgou dados referentes à dívida externa, embora os números estejam consolidados só até setembro. Mês em que a dívida somou US$ 218,776 bilhões, dos quais US$ 200,823 bilhões se referem a compromissos de médio e de longo prazos, e US$ 17,952 são de curto prazo, que encolheram US$ 3,3 bilhões em relação ao fechamento de junho deste ano, proveniente da redução de US$ 2,9 bilhões das obrigações dos bancos comerciais e da saída líquida de US$ 383 milhões para empréstimos diretos e financiamentos de compradores e fornecedores de curto prazo.