Rio, 12/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - O volume de vendas do comércio varejista nacional caiu pela décima-primeira vez consecutiva em outubro, quando a queda foi de 3,04% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta sexta-feira, neste ano o comércio sofre uma retração de 4,96% nas vendas. Nos últimos 12 meses, a queda é de 4,56%.

Apesar da queda nas vendas, em outubro, o faturamento (receita nominal de vendas) do comércio varejista aumentou 11,72% em relação a outubro do ano passado. O coordenador da Pesquisa Mensal do Comércio, Nilo Macedo, explica que este aumento se deve a efeitos inflacionários, "já que o comerciante reajusta os preços dos produtos para acompanhar a inflação". De janeiro a outubro, a receita acumula alta de 14,22% e de 13,59% nos últimos 12 meses.

Entre os segmentos mais atingidos estão hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com queda de 4,26% e combustíveis e lubrificantes, com retração de 4,33% no mês. O único resultado mensal positivo foi o de móveis e eletrodomésticos, com alta de 5,21%.

Nilo Macedo avalia, no entanto, que a queda dos juros já está influenciando o setor, pois em outubro oito regiões apresentaram taxas positivas, contra sete em setembro e duas em agosto. A pesquisa mostra, também, que diminuiu o ritmo de queda em quase metade dos estados onde os resultados permanecem negativos.

Os resultados de São Paulo e Rio de Janeiro, os dois Estados que agregam a maior parcela da receita do varejo brasileiro, permanecem desiguais. Com taxas de variação de -3,85% em outubro deste ano e de -4,76% no acumulado do ano, o comércio paulista segue obtendo desempenho superior ao do Rio de janeiro, que registrou decréscimos de 6,03% e de 7,92% nos indicadores mensal e acumulado do ano, respectivamente.