Rio, 12/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, disse que a intenção do governo ao apresentar a proposta de renovação do acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) foi a de eliminar da pauta dos agentes econômicos as preocupações macro econômicas. "Nós queremos e fizemos a proposta de renovação do acordo com o Fundo, justamente para além de ter a inflação sob controle, a dívida em nível equilibrado e os indicadores macroeconômicos em ordem, ter uma apólice de seguro muita clara para o Brasil, em cima de compromissos fiscais e monetários que nós já temos para que os agentes econômicos a partir desse período não olhem mais para a macroeconomia. Olhem para suas empresas, se dediquem a produzir e a fazer planejamento da produção".
O ministro lembrou que durante os últimos anos, incluindo 2003, o país só debateu a questão macroeconômica. Assunto que, segundo ele, foi discutido pelso governos, pelas oposições e pelos agentes econômicos. "No Brasil todo mundo é especialista em macroeconomia. Até médicos falam em macroeconomia". O ministro que falava para empresários no seminário "2004: A Retomada do Desenvolvimento" para uma platéria de empresários provocou risos por estar fazendo referência a ele próprio, que é médico.
Para Palocci, o Brasil não pode perder a oportunidade histórica que tem agora de sair de maneira mais definitiva de uma crise de décadas de perìodo longo de crescimento. Segundo o ministro, o Brasil precisa partir agora para distribuição de renda e a economia terá em 2004 condições de registrar crescimento.
Ele defendeu que o Brasil precisa seguir os bons exemplos que estão sendo vistos, como o sucesso do agronegócio. "Este é o Brasil que temos de olhar mais, não é a taxa de juros, a dívida, tudo aquilo que ocupou todo nosso tempo e não leva o Brasil para lado nenhum. De fato, o Brasil precisa dar adeus a esses temas, porque esses temas são das equipes técnicas".