Brasília, 9/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Defesa, José Viegas, se comprometeu hoje a conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o reajuste de salários dos militares a partir de janeiro do próximo ano. Viegas, que participou hoje da reunião da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, lembrou, no entanto, que apesar de reconhecer que a situação salarial dos militares não é das melhores já registrada na história do Brasil, o assunto não chega a ser a única prioridade do governo. "Eu me somo à avaliação dos senhores deputados de que o nível de salários está baixo, mas é preciso reconhecer que esta não é a única questão da República", disse.

O ministro lembrou que nos últimos anos os militares tiveram reajustes específicos, que não foram dados aos servidores civis. Viegas defendeu que os soldos dos militares sejam reajustados, mas por outro lado defendeu também que seja estabelecido um equilíbrio entre o funcionalismo público civil e os militares, "porque todas são funções importantes para o país".

Durante a audiência pública, o ministro passou pelo constrangimento de ouvir críticas do deputado Jair Bolsonaro (PTB/RJ) sobre o tratamento dispensado pelo governo federal às Forças Armadas. O parlamentar criticou, sobretudo, a decisão do governo de ir à procura das ossadas dos guerrilheiros mortos no Araguaia durante o regime militar. Diplomata, Viegas lembrou que a decisão do governo é resultante de uma obrigação legal, porque existe uma sentença judicial que obriga o governo a encontrar as ossadas dos guerrilheiros. "O Executivo não tem escolha e estamos tentando fazer o trabalho da maneira mais desapaixonada possível, porque o tema exige sutileza e moderação. E isso tem sido feito", afirmou.