Riofilme deixa de investir metade de sua verba em projetos de audiovisual

09/12/2003 - 12h39

Rio, 9/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - A Riofilme deixou de investir este ano metade de sua verba , de aproximadamente R$ 25 milhões, em projetos do setor de audiovisual, dinheiro que poderia ter sido usado para a construção de dez salas de cinema. O fato aconteceu porque muitos empresários desconhecem a lei de renúncia fiscal do Imposto sobre Serviços (ISS) para o setor, criada pela Prefeitura do Rio de Janeiro para que o cinema mantenha a trajetória de expansão histórica que conseguiu este ano.

Para mudar este quadro, o presidente da empresa, José Wilker, reuniu hoje empresários, produtores e representantes de distribuidoras. Ele divulgou a medida que tem o objetivo de mostrar que cinema é um bom negócio, já que a atividade emprega 250 mil pessoas no país e pode tornar o Rio de Janeiro a capital do setor. "Não há cidade no Brasil com maior vocação para o audiovisual que o Rio. Tudo está concentrado aqui e a atividade pode ser estendida para a área social e de segurança", afirmou.

Em 10 anos, a lei de renúncia fiscal do ISS proporcionou uma arrecadação de R$ 32 milhões, que financiaram 362 projetos. Este ano, a renúncia fiscal foi destinada somente para o setor de audiovisual, podendo ser prorrogada, e possibilita ao empresário investir 20% do imposto a pagar, sendo 70% em determinado projeto de filme, que poderá ter sua marca ou não, e 30 por cento em outros projetos da área, escolhidos em parceria com o investidor e a Riofilme.

Wilker disse que por alguma razão misteriosa há leis que pegam e outras que não pegam, algumas por desconhecimento de sua eficiência e, outras porque não cumprem o objetivo. Além disso, segundo ele, a cultura inflacionária que predominou no país levou o empresário a querer ganhar hoje o que investiu ontem, e cinema só começa a dar lucro um ano depois.

O presidente da Riofilme disse que agora o mercado volta a se organizar, depois de ter perdido espaço com a extinção da Embrafilme e do Concine. Explicou que a proposta da Riofilme não impede que o filme receba outros incentivos e lembrou que a indústria cinematográfica dos Estados Unidos é protegida e não apoiada pelo governo americano. "Mas, para chegarmos a este estágio temos que ser apoiados", garantiu.