Brasília, 9/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - O técnico da equipe masculina de basquete em cadeira de rodas, Gilson Ramos, o Doinha, disse hoje que o sonho de voltar para os Jogos Olímpicos está realizado. "É como se fosse a primeira vez. Agora precisamos nos preparar para ficar entre os quatro melhores do mundo em Atenas", acrescentou. O time disputou hoje a medalha de bronze contra a equipe do México e ganhou de 84 x 62, o que garantiu o passaporte para Atenas.
O segundo jogo entre as equipes já classificadas, a do Canadá, campeão paraolímpico em Sydney, e a dos EUA, campeão mundial, decide as medalhas de ouro e prata destes jogos. "No Parapanamericano do México, em 1999, nós perdemos para eles com a diferença de dois pontos. A derrota nos tirou a oportunidade de ir para Sydney. Agora revertemos a situação. Eles não vão e nós iremos com a pretenção de conquistar medalhas", disse emocionado o jogador pernambucano Irio Nunes.
Desde os Jogos Paraolímpicos de 1988, em Seul, única oportunidade em que o basquete em cadeira de rodas participou de uma edição, o Brasil não se classifica para os Jogos. "Para mim, que fui à Coréia como técnico, ser classificado novamente para Atenas tem um significado muito importante. É sinal de continuidade. Agora queremos nos preparar para ficar entre os quatro melhores na Paraolimpíada", completou Doinha.
Para Marcos Cândido, o Marquinhos, armador da equipe brasileira, que está entre os dez melhores jogadores de basquete do mundo, "a modalidade volta para a história do esporte paraolímpico brasileiro". Em relação ao trabalho da equipe até Atenas, Doinha afirma que já está pensando nas ações e quer fechar o planejamento ainda neste mês. Já o técnico Itamar da Silva, que chorava ao final da partida, agradeceu a vitória e a oportunidade e disse que não estava em condições de raciocinar sobre Atenas.
O time de basquete feminino é um dos poucos que tem dois técnicos - Itamar e Doinha dividem a direção da equipe. Eles não são técnico e auxiliar-técnico, simplesmente concordaram em ser técnicos. Essa já é uma prova de que o time é unido. A equipe é formada basicamente por jogadores de São Paulo e Recife, que se encontraram há um mês no Rio de Janeiro para desenvolver os treinamentos antes dos Jogos Parapanamericanos.