Brasília, 11/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - O Ministério do Trabalho, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (ABIP), assinaram convênio que permitirá a criação de 10 mil empregos para jovens entre 16 e 24 anos até 2006. O convênio de oferta de vagas faz parte do Programa Primeiro Emprego.
Há quem já tenha até curso profissionalizante no setor e aguarde por uma oportunidade. É o caso de Regina Maria de Oliveira, 22 anos, que estuda há dois anos as técnicas e a arte de fazer pão. Regina, que não teve a oportunidade de arrumar o primeiro emprego no setor de panificação não vê a hora de trocar o atual trabalho de inseminação artificial de bovinos por um emprego em uma padaria. "Já fiz vários cursos de panificação, mas até agora não tive a oportunidade de trabalhar nesta área. Sempre sonhei com isso, investi e agora quero uma oportunidade", disse.
Cerca de 47% dos desempregados no país são jovens. O Brasil possui também um dos menores índices de consumo de pão per capita do mundo, 27 quilos ao ano. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de consumo anual de 50 quilos per capita. Parceria entre as panificadoras e o governo pretende associar o crescimento do setor com a geração de empregos.
"A padaria já tem vocação natural de gerar primeiro emprego. Temos programas de qualificação de mão de obra que vão desaguar no desenvolvimento do setor e na geração de novos empregos", disse o presidente da Abip, Marcus Salomão. Segundo ele, o faturamento anual do setor é de R$ 21 bilhões.
O ministro do Trabalho, Jaques Wagner, revelou que o setor de panificação poderá receber empréstimos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), caso apresente projetos voltados para melhoria da qualificação profissional.
O ministro disse que o balanço dos primeiro dez dias de implantação do Programa Primeiro Emprego é de pequena oferta. Informou no entanto que na próxima semana, o Ministério do Trabalho deve começar a veicular propagandas chamando os empresários para participar do programa. "No Sine ainda estamos na casa dos três dígitos de oferta de emprego, abaixo de mil. É natural porque ainda não entramos com propaganda institucional convocando empresários e estimulando prefeitos e governo para as empresas tomarem conhecimento. Também não quisemos fazer alarde porque vamos trabalhar com pessoas já inscritas no Sine", disse Jaques Wagner.