Rio, 11/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - O Brasil e os países do Mercado Comum do Sul (Mercosul) deverão propor na reunião do próximo dia 17, em Miami, que a liberação tarifária dos produtos na Área de Livre Comércio das Américas (Alca) se dê de forma gradativa e a abertura comercial vá até 2015 para o caso, por exemplo, de produtos ligados a bens de capital (máquinas e equipamentos para a indústria de transformação) e informática.
A informação foi dada pelo secretário executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex), Mário Mugnaini, ao participar da solenidade de encerramento da 23ª Reunião Anual da Associação Petroquímica e Química Latino-Americana (Apla).
Segundo o secretário, diante da complexidade e dos problemas em torno da eliminação por parte dos norte-americanos dos subsídios agrícolas, o Brasil vai propor que o assunto fique de fora da reunião, com a contrapartida de que os Estados Unidos aceitem postergar, também, as discussões em torno de questões como o antidumping, os serviços e as compras governamentais - que seriam discutidas em outras ocasiões.
"Compreendemos certas posições dos norte-americanos em discutir alguns temas. Mas, em contrapartida, também esperamos que eles também considerem que não é necessário discutir a fundo temas como o dos serviços, as compras governamentais e o antidumping", disse.
Na avaliação do secretário executivo da Camex, se formaria um consenso em torno de uma Alca bem menor e as questões mais complexas iriam ser discutidas no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC).
"Estamos chegando ao consenso do que é possível. Por isso mesmo, estamos mais realistas de que vai ser uma Alca mais limitada", disse Mugnaini.
Afirmou que o Brasil vai procurar buscar nas negociações da próxima semana garantias de acesso mais rápido ao mercado norte-americano para produtos como o açúcar, o álcool e os têxteis.
A posição final do governo brasileiro, a ser levada para a reunião de Miami, será tirada de uma reunião nessa quinta-feira a ser realizada em Brasília, com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dos ministros das Relações Exteriores, Celso Amorim, e do Desenvolvimento Luiz Fernando Furlan.