Brasília, 11/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - O brasileiro está consumindo pouco leite. Estimativas do Ministério da Agricultura apontam que cada pessoa bebe em média 130 litros de leite por ano, quando o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 175 litros por ano. A preocupação foi relatada pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), que propôs a realização de uma campanha nacional para estimular o consumo de leite e derivados à Câmara Técnica de Leite e Derivados, instalada hoje no Ministério da Agricultura.
O leite é um dos alimentos mais ricos em cálcio, e a falta desse nutriente no organismo é a principal causa da osteoporose, doença causada pela diminuição de massa óssea no organismo. A osteoporose pode ocorrer em qualquer raça, sexo ou idade, mas afeta principalmente mulheres na menopausa.
No Brasil, não existem dados precisos sobre a prevalência da osteoporose, mas nos Estados Unidos estima-se que 40% das mulheres negras e 72% das mulheres brancas com mais de 50 anos tenham a doença. Nos americanos do sexo masculino, a prevalência é de 23% nos negros e 42% nos brancos dentro da mesma faixa etária. No Brasil, 15% da população feminina e masculina têm mais de 50 anos de idade, o que significa que 12 milhões de mulheres e homens estão propensos a desenvolver osteoporose.
A doença também começa a causar preocupação na infância e na adolescência, já que muitos estão trocando o leite por refrigerantes. "A população está envelhecendo e os nossos jovens não estão consumindo alimentos ricos em cálcio, que vêm principalmente do leite e dos derivados. No futuro, poderemos ter indivíduos com os ossos fracos, fraturados e alheios à cadeia de produção, e o pior, vão estar custando alto aos cofres públicos no país", explica a presidente da SBEM, Valéria Guimarães.
Segundo a associação, o tratamento da osteoporose custa em média R$ 2.500 por mês. A prevenção pode sair mais barato, já que o país produzirá neste ano 21,3 bilhões de litros de leite, de acordo com o Ministério da Agricultura. Além de uma alimentação rica em cálcio, a prática de exercícios físicos e a exposição moderada ao sol também ajudam a evitar a doença.