Brasília, 10/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - O Ministro da Defesa, José Viegas, descartou hoje a proposta do ministro da casa Civil, José Dirceu, de integração militar da América do Sul. Viegas explicou que a intenção do governo é criar "condições que permitam a nossa região viver sem a necessidade da chegada de forças externas à própria região". O ministro disse que José Dirceu deve ter se referido a um conjunto de ações que estão sendo defendidas pelo governo para garantir a estabilidade dos países da América do sul.
O governo brasileiro também não vai enviar tropas para a Colômbia. O desejo do Brasil, afirmou o ministro da Defesa, "é oferecer cooperação para encerar o conflito colombiano, mas sem o fornecimento de tropas". De acordo com Viegas, a situação interna da Colômbia deve ser resolvida pelo governo daquele país.
José Viegas disse que o governo pretende aumentar a presença militar na Amazônia no ano que vem, com uma nova brigada em São Gabriel da Cachoeira, mesmo estando certo de que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as Farc, não queiram entrar em território brasileiro. O ministro disse ainda que desconhece qualquer plano dos Estados Unidos de aumentar o efetivo na região.
O ministro da Defesa defendeu, entretanto, uma atuação comercial conjunta dos países sul-americanos para conseguir resultados melhores na compra de equipamentos militares. Para o ministro, o aparelhamento das forças armadas "não desencadeia corrida armamentista. Significa, sim, um fator crucial na respeitabilidade que o governo obtém".
A idade média dos carros de combate do Exército é superior a 20 anos e metade dos navios e aviões das forças armadas não tem mais condições de operar. O Ministério da Defesa espera conseguir aumentar os recursos previstos no orçamento para a pasta por meio das emendas de parlamentares.
Mayrluce Villela