Gustavo Bernardes
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A proposta da União Européia (UE) para a área agrícola - que consiste em conceder cotas tarifárias melhores, especialmente para produtos sensíveis da chamada "categoria E", como carnes, açúcar e tabaco - é pior que a sugestão dos Estados Unidos quanto a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA). A avaliação é do sub-secretário geral da América do Sul, do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Luiz Filipe de Macedo Soares, que participou hoje, em Brasília, de um fórum entre empresários do Mercosul e da União Européia.
Segundo ele, "do ponto de vista europeu, as resistências no que se refere à produção agrícola são até mais fortes". O setor privado também define as negociações como "muito tímidas". De acordo com o chefe do departamento de Comércio Internacional da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antônio Donizeti Beraldo, a proposta dos europeus "consegue ser
bem pior" que a norte-americana. "Não podemos resumir a negociação a cotas. Isso não resolve. Pode resolver para países pequenos, não para o Brasil".
Segundo o diretor geral de comércio da Comissão Européia, Karl Falkenberg, a proposta européia para a agricultura - que deve ser discutida da próxima reunião ministerial do bloco europeu, em Bruxelas (Bélgica), no próximo dia 12 de novembro – pode melhorar desde que seja feita junto a grandes mercados em âmbito multilateral. "Temos que encontrar formas de negociar compromissos que agradem às duas partes", disse Falkenberg. Atualmente a Europa é o maior comprador de produtos agrícolas do Mercosul.