Brasília, 29/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - O Ministério da Saúde, por meio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), assina amanhã, no Rio de Janeiro, às 10h, acordo para fabricação nacional da vacina tríplice viral - contra sarampo, rubéola e caxumba. Com a produção nacional da tríplice viral, o Brasil economizará US$ 15 milhões nos próximos cinco anos. Nos cincos anos subseqüentes, a redução de gastos deve atingir a cifra de US$ 100 milhões.
A economia será possível graças a um acordo de transferência de tecnologia entre a Bio-Manguinhos, unidade da Fiocruz, e o laboratório Glaxo Smith Kline (GSK), que desenvolveu o imunizante. O ajuste permitirá também a geração de empregos diretos especializados e a capacitação tecnológica para produção de outras vacinas.
A previsão é de que 20 milhões de doses de vacina tríplice sejam fabricadas já em 2004 no Brasil, alcançando a marca de 110 milhões de doses durante os cinco anos de vigência do contrato. Das 12 vacinas oferecidas pelo Ministério da Saúde gratuitamente à população, por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI), a tríplice viral é a única ainda importada pelo governo brasileiro. No ano passado, foram aplicadas cerca de 4.6 milhões de doses no país.
A vacina será produzida no Centro de Produção de Antígenos Virais de Bio-Manguinhos, cujas obras estão em fase final. Além de 20 milhões de doses da tríplice viral, o centro vai fabricar, no próximo ano, 5 milhões de doses da vacina dupla viral, contra sarampo e rubéola. Em médio prazo está programada a produção de vacinas contra mais três doenças: hepatite A, varicela e rotavírus.
O centro integrará o futuro Complexo Tecnológico de Vacinas de Bio-Manguinhos, com capacidade de preparação de cerca de 200 milhões de doses por ano. Além dessas medidas, o Ministério da Saúde também está investindo em outros projetos. Entre eles, destaca-se a vacina Penta Brasil e a pesquisa de imunizantes contra malária, esquistossomose, dengue, leptospirose, leishmaniose, hepatite C e tuberculose.
A previsão é de que, durante o biênio 2004/2005, a Fiocruz, em parceria com o Instituto Butantan, dê início à produção da vacina Penta Brasil, uma associação das vacinas contra hepatite B, DTP (contra difteria, tétano e coqueluche) e Hib (contra a bactéria Haemophillus influenzae tipo B, que pode causar pneumonia e um tipo de meningite).
A Bio- Manguinhos é o maior fabricante brasileiro de vacinas, respondendo por 60% da produção nacional. Ele fabricou, somente no ano passado, 80 milhões de doses. Foram 30 milhões de doses da vacina contra febre amarela, 34 milhões de doses contra poliomielite e 16 milhões de doses da vacina tetravalente (DTP e Hib).
Em outra frente, a Fiocruz tem incrementado a produção de reativos para diagnóstico de doenças infecto-parasitárias, como Aids, leishmaniose, doença de Chagas, dengue, hepatite e rubéola, entre outras. São cerca de 2,5 milhões de kits produzidos por ano, fornecidos para as ações de vigilância e diagnóstico do Ministério da Saúde.
Com informações do Ministério da Saúde