Brasília, 22/09/2003 (Agência Brasil - ABr) - Depois da publicação de artigo no "Finantial Times", no dia de hoje, em que o representante comercial dos Estados Unidos, Robert Zoellick, criticou o Brasil por "dificultar" as negociações na Conferência da Organização Mundial do Comércio (OMC) no México há uma semana, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, rebateu algumas considerações do representante da Casa Branca.
Para Amorim, cada país tem o direito de apresentar sua própria avaliação de Cancún e que não considera útil envolver-se em um exercício de atribuição de culpa pela dificuldade em alcançar consenso no México.
Enaltece a ligação do Brasil com países que têm interesses semelhantes, tais como aqueles que defendem uma maior liberalização do comércio agrícola e na eliminação de subsídios. O fato do Brasil ter sido citado por cinco vezes no artigo de Zoellick foi encarado pelo chanceler brasileiro como um importante sinal da efetiva participação brasileira na OMC.
O ministro afirmou ainda que as críticas de Zoellick contrastam com pronunciamento feito hora antes do término da reunião no México, no qual ele (Zoellick) dizia que a postura dos integrantes do G-20 havia sido bastante pragmática e positiva. Amorim se disse surpreso com a postura do representante comercial norte-americano porque os Estados Unidos compartilhavam a idéia de mudanças no comércio agrícola.
Por último, Amorim afirma que o Brasil continuará a empenhar-se por um consenso genuíno que "leve em consideração as aspirações legítimas de todos os participantes e, em particular, dos países em desenvolvimento" e buscará ser coerente com a declaração aprovada em Cancún, aprovada pelos ministros, para retomar as negociações no âmbito da OMC.