Acordo permite retomada da exumação do corpo da companheira de Lamarca

22/09/2003 - 16h26

São Paulo, 22/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - O corpo de Iara Yavelberg, companheira do guerrilheiro Carlos Lamarca, está sendo exumado, neste momento, no Cemitério Israelita de São Paulo. O advogado da organização que administra o Cemitério, Márcio Pollet, informou que havia entrado com liminar nesta manhã para suspender a exumação, porque da forma como estava sendo feita feria os preceitos judaicos.

Pollet e o advogado da família de Iara, Luiz Eduardo Greenhalgh, entraram em acordo e a exumação pôde então ser feita. "A forma com que estava sendo feita (a exumação), caracterizava profanação do túmulo, segundo a religião judaica. Há um religioso agora que está acompanhando a exumação, para garantir o mínimo de respeito à religião", informou Pollet, acrescentando que a imprensa foi retirada do local para respeitar o terreno do cemitério.

Iara Yavelberg morreu em 1971, em Salvador, durante um cerco policial a seu apartamento. A versão oficial aponta que ela se matou com um tiro para escapar da prisão, mas a família contesta essa versão e defende que Iara foi morta por uma rajada de metralhadora da polícia. De acordo com as tradições judaicas, os suicidas são enterrados em um lugar reservado nos cemitérios, longe da área comum. Iara foi enterrada na época junto ao muro do cemitério.