Faturamento do varejo em São Paulo tem queda menor em agosto

18/09/2003 - 14h46

São Paulo, 18/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - O faturamento do comércio varejista da região metropolitana de São Paulo caiu 4,9%, em agosto, mas melhorou em relação aos três meses anteriores, com queda de 8,55% em maio, de 6,75%, em junho, e de 5,7% em julho. Com esse resultado, o acumulado do ano ficou negativo pela primeira vez (-0,05%), na comparação com igual período no ano passado. Até julho, a variação manteve-se positiva (0,59%).

De acordo com a pesquisa conjuntural do Comércio Varejista (PCCV), nenhum dos cinco grupos pesquisados em agosto apresentou alta no faturamento. A maior baixa foi constatada no segmento automotivo (-23,8%), na comparação com agosto de 2002. Em julho passado, a queda no faturamento foi de 10,3%. Essa retração resultou do fraco desempenho nas concessionárias de veículos, que sofreram redução de 28% no faturamento das vendas de automóveis novos. Nas lojas de autopeças, foi registrada alta de 6,2%.

Para os técnicos da Assessoria Econômica da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP), responsável pela pesquisa, a comercialização de carros foi afetada pela queda no poder aquisitivo e falta de financiamento a custo acessível. O grupo de materiais teve queda de 19% contra uma elevação de 10,6% no mês anterior, mas continua faturando 9% a mais que em igual período de 2002.

O faturamento do grupo de semiduráveis – vestuário, tecido e calçados - caiu em 7,5%, mas também apresentou resultados melhores, atribuídos às temperaturas mais frias, neste inverno. As lojas de calçados, por exemplo, tiveram faturamento inferior em 14,9%, contra um saldo negativo de 20,4%, em julho. Na comercialização de vestuário, o ritmo de desaceleração também diminuiu, com resultado em queda de 6,4%, percentual menor do que em julho, quando alcançou índice de -24,5%.

No grupo dos bens duráveis, que inclui lojas de departamento, utilidades domésticas, móveis e decorações, cine-foto-som e ópticas, foi detectada baixa de 3,4%. Existe a projeção, no entanto, de uma reversão tomando por base o programa de financiamento do governo para a compra de eletrodomésticos.

A pesquisa mostra ainda que embora tenha ficado negativo em 0,08%, o faturamento obtido pelos supermercados, farmácias e perfumarias – grupo de não duráveis - revela que esse segmento está em recuperação, após três meses seguidos de baixo desempenho, com nível de vendas semelhante a agosto de 2002. No acumulado do ano, subiu 8%. O movimento nos supermercados apresentou alta de 26,73% sobre julho, enquanto as farmácias e as perfumarias atingiram crescimento de 24,50%.