Educação e saúde melhoram em São Paulo, mas renda cai

18/09/2003 - 19h20

São Paulo, 18/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - A segunda edição do Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS) revelou melhora nos indicadores sociais (saúde e educação), mas alerta para problemas econômicos no estado de São Paulo. O estudo, divulgado hoje, foi feito pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), a pedido da Assembléia Legislativa de São Paulo. Foram analisados todos os 645 municípios paulistas, entre 1997 e 2000, nos itens riqueza, longevidade e educação.

Os indicadores de saúde revelaram que a taxa de mortalidade infantil caiu de 19,2 em 1997, para 16,8 em 2000, para cada grupo de mil nascidos vivos. A taxa de mortalidade perinatal - diz-se dos períodos imediatamente antes do parto e depois do parto - baixou de 20,6 para 18,3 mil nascimentos e a taxa de mortalidade na faixa superior a 60 anos diminuiu de 42,7 para 39,7 em cada mil habitantes.

O nível de escolaridade no estado também melhorou. Entre as pessoas com mais de um ano de estudo na faixa etária de 10 a 14 anos, houve um aumento de 93,7% para 95,7% de 1997 a 2000. Na faixa das pessoas de 19 a 24 anos que completaram o ensino médio, houve um aumento de 30,2% para 44,6%, e entre os jovens de 15 a 19 anos que concluíram o ensino fundamental, o aumento foi de 49,1% para 65,6%.

Os quesitos riqueza e distribuição de renda, entretanto, revelam que as coisas não andam bem. O rendimento médio dos assalariados do setor formal caiu de R$ 854 para R$ 806 entre 1997 e 2000. O valor fiscal per capita, que é quanto o estado arrecada em impostos por habitante, diminuiu de R$ 5.141 para R$ 4.890.

Para o presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo, Sidney Beraldo (PSDB), o estudo representa um instrumento muito importante para que os parlamentares possam fiscalizar o que está sendo feito com o dinheiro arrecadado com os impostos e sugerir projetos para melhorar a qualidade de vida da população. O IPRS, segundo Beraldo, será a base para os trabalhos do Fórum Legislativo de Desenvolvimento Econômico Sustentado, criado este ano, que será realizado nas 15 regiões administrativas do estado para propor medidas que possam gerar desenvolvimento, emprego e melhorar a distribuição de renda da população.

A diretora executiva do Seade, Felícia Reicher Madeira, informou que o Índice foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) e que será uma espécie de "provão" para os prefeitos, causando grande impacto e discussão.

No ranking dos locais com maior riqueza no estado, o melhor resultado é o da Região Metropolitana de São Paulo, seguida das regiões administrativas de Campinas, São José dos Campos e Ribeirão Preto. Na outra ponta, das regiões com os piores resultados, destacam-se as de Marília, Presidente Prudente e Registro.