Brasil terá laboratório para fabricar material radioativo usado em procedimentos médicos

23/08/2003 - 13h02

Brasília, 23/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - Os custos para o tratamento do câncer no Brasil podem ficar mais baratos. Na próxima segunda-feira (25), serão inauguradas instalações de laboratórios de produção de material radioativo essencial para procedimentos médicos, como diagnóstico e tratamento de vários tipos de tumores. A produção nacional de quatro radioisótopos - Tecnécio-99, Tálio -201, Iodo-131 e Gálio-67 - usados no diagnóstico e no tratamento de doenças, vai permitir a economia de mais de US$ 1 milhão por ano ao Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).

O instituto integra a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), organismo do Ministério da Ciência e Tecnologia, criada há 47 anos. A produção nacional vai reduzir as importações de material radioativo, diminuindo o custo do Ipen em 29%. O Ipen distribui os radioisótopos para mais de 300 hospitais, que tratam mais de dois milhões de pacientes por ano em todo o país.

O Tecnécio-99 é usado para localizar lesões cerebrais, em estudos de tireóide e em cintilografia gástrica. O Tálio-201 é utilizado, principalmente, para detectar doenças cardíacas. Somente no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas de São Paulo, são realizados cerca de mil exames por mês para identificar doenças coronarianas.

O radioisótopo Gálio-67 é injetado no organismo humano para a localização de tumores em tecidos moles e lesões inflamatórias. O Iodo-131, como Iodeto de Sódio, é utilizado para estudos e tratamento das funções da glândula tireóide.

A solenidade de inauguração da unidade produtiva de radioisótopos e as comemorações de 47 anos do Ipen terá a presença do presidente da CNEN, Odair Dias Gonçalves, do secretário de Ciência e Tecnologia de São Paulo, João Carlos de Souza Meirelles, e do reitor da Universidade de São Paulo (Usp), Adolpho Melfi.

Nádia Faggiani