Rio, 11/7/2003 (Agência Brasil – ABr) - Mesmo com o significativo aumento verificado no segundo trimestre do ano, os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) diminuíram 19% no primeiro semestre, em comparação a igual período de 2002. As liberações chegaram a R$ 11,078 bilhões no primeiro semestre.
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Esta queda reflete, em parte, a retração de 30% nas consultas para novos financiamentos feitas ao BNDES pelo empresariado. Estas consultas são consideradas pelo banco o "termômetro" da disposição do segmento para investir.
Segundo o BNDES, para tentar reverter essa queda, a nova diretoria tem feito esforços para estimular a apresentação de novos pedidos de financiamentos, comprometendo-se a apoiar projetos que expandam a capacidade produtiva do país e aumentem sua competitividade externa.
Mesmo com dados negativos no fechamento do primeiro semestre, no segundo trimestre, no entanto, aumentaram os desembolsos, as aprovações e os enquadramentos efetuados pela instituição.
Os desembolsos chegaram a R$ 2,247 bilhões em junho, depois de terem fechado maio em R$ 1,808 bilhão e abril, em R$ 1,437 bilhão. As aprovações, que iniciaram abril em R$ 983 milhões, passaram a R$ 1,890 bilhão em maio e a R$ 3,560 bilhões em junho. Em relação ao primeiro semestre do ano passado, o total das aprovações caiu 33%, atingindo R$ 11,315 bilhões, e os enquadramentos, R$ 11,604 bilhões (menos 34%).
Em contrapartida, o BNDES fechou o primeiro semestre registrando um crescimento de 25% no volume de desembolsos para as micro, pequenas e médias empresas, que receberam do banco financiamentos de R$ 3,89 bilhões. Foram realizadas 43.098 operações.
Com esses recursos, as micro, pequenas e médias empresas geraram 317 mil empregos potenciais diretos (decorrentes da operação da empresa financiada, após a realização do investimento), resultado 45% maior do que em igual período de 2002.
As liberações para a área social cresceram 49% até junho, atingindo R$ 784,9 milhões, em 11.350 operações. As aplicações sociais englobam todos os investimentos que têm impacto direto na melhoria da qualidade de vida da população. São as operações de microcrédito, saúde, educação, agricultura familiar, gestão municipal e infra-estrutura urbana (saneamento e transporte urbano).
Um dos destaques do semestre foi o crescimento de 25% nos financiamentos do Programa de Modernização da Administração Tributária e Gestão dos Setores Sociais Básicos (PMAT), que atingiram R$ 20,5 milhões. O programa foi criado para auxiliar os municípios a obter mais racionalidade na arrecadação e aplicação de recursos. O banco já firmou contratos com 125 prefeituras, totalizando R$ 390 milhões em financiamentos.
Outro ponto positivo foram as liberações para a compra de máquinas e equipamentos (Programa Finame), R$ 2,35 bilhões, com um crescimento de 36% em relação a igual período de 2002 (R$ 1,73 bilhão). No Programa Finame Leasing, os desembolsos alcançaram R$ 200 milhões, valor 52% superior ao do primeiro semestre do ano passado.