Ex-presidente da Opep diz que mercado brasileiro ainda é atrativo

17/06/2003 - 18h11

Rio,17/6/2003 (Agência Brasil-ABr) - A manutenção das bandas de preços do petróleo pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) entre US$ 22,00 e US$ 28,00 o barril faz com que o mercado brasileiro continue sendo atrativo, independentemente do custo de produção mais elevado. A avaliação foi feita hoje pelo ex-presidente da Opep, Sadek Boussena, que fez palestra para alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a convite do Grupo de Economia da Energia do Instituto de Economia.

Embora o custo médio no Brasil seja de US$7,00, contra US$1,00 na Arábia Saudita, a renda petrolífera ainda é importante, declarou Boussena, acrescentando que se o preço no mercado internacional cai para US$15,00, o Brasil perde a atratividade em relação a outros países.

Atual professor do Instituto de Economia e Política da Energia da Universidade de Grenoble, na França, Sadek Boussena elogiou o modelo de abertura do setor de petróleo do Brasil, com a cooperação entre Petrobras e companhias estrangeiras no upstream (exploração e produção). Ressaltou, porém, que em todos os países emergentes produtores de petróleo, à exceção da Arábia Saudita e México, a tendência é de abertura para investidores estrangeiros. Se, entretanto, esses países onde o custo de produção é mais baixo que o do Brasil abrem seus mercados, isso evidentemente compromete a atratividade brasileira que se concentra boa parte na parte offshore (alto mar), destacou.