''O Brasil estava quebrado, e alguém vai ter que salvar este país'', diz Lula

17/06/2003 - 16h56

Pelotas 17/06/2003 (Agência Brasil - ABr) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu, hoje, ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que o acusou de exagerar na política de juros. "O Brasil estava quebrado, e alguém vai ter que salvar este país", disse Lula. E defendeu as propostas do governo encaminhadas ao Congresso Nacional. "Eu não queria reformas para mim, porque não sou especialista em área tributária ou previdenciária". Lula participou, em Pelotas (RS), da 11ª Feira Nacional do Doce (Fenadoce).

No discurso de abertura do evento, Lula comemorou o apoio do governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB) às reformas propostas pelo Palácio do Planalto. "A disputa eleitoral de 2002 ficou em 2002", sentenciou o presidente. Fez questão de lembrar que está no poder há cinco meses. "Fomos eleitos para trabalhar pelo Brasil e não há espaço para coisas menores. Você sabe a situação em que peguei o país", disse o presidente, dirigindo-se ao governador. "Não queria ficar chorando pelo que tinha sido feito pelo meu antecessor. Tenho quatro anos para provar que um torneiro mecânico pode governar o país muito melhor que outros que ficaram aí por tanto tempo".

Segundo o presidente, os que agora atacam a política econômica não tinham coragem de criticá-la em dezembro do ano passado. "Bastou cinco meses para provar que a respeitabilidade de um país não se consegue falando inglês ou espanhol. Eu duvido que em algum momento da história do Brasil o país gozou da respeitabilidade que goza hoje. Vamos compatibilizar uma política de ajuste fiscal com uma política social intensa", falou Lula.

Ele defendeu, ainda, o processo de negociação como forma de obter o apoio dos governadores para as reformas. "Juntamos 27 governadores em reuniões memoráveis", disse Lula. "O (Germano) Rigotto lembrou que Fernando Henrique, em oito anos, não conseguiu fazer isso. Eu aprendi, não em universidade, mas no chão da fábrica, a negociar".

Rigotto disse que o Rio Grande do Sul está com o governo Lula e que não faltará ao Brasil neste momento. "As vozes que se levantam contra alguns pontos das reformas não estão entendendo que a contrariedade com relação a um ponto ou outro não pode inviabilizar o processo", disse o governador gaúcho. "Divergências pontuais não podem causar dano ao todo", esclareceu.