Boussena afirma que produção de petróleo do Iraque vai definir ajuste do mercado internacional

17/06/2003 - 17h52

Rio,17/6/2003 (Agência Brasil-ABr) - A produção do Iraque e a demanda em função da chegada do verão à Europa são as duas condicionantes da próxima reunião da OPEP-Organização dos Páises Exportadores de Petróleo, programada para 31 de julho. Em palestra hoje no Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o ex-presidente da entidade, Sadek Boussena, afirmou que a grande variável do ajuste do mercado internacional é o Iraque, que vai determinar ou não a manutenção da produção efetiva do grupo de 26,5 milhões de barris/dia, que já supera a cota fixada no último dia 11 de 25,4 milhões de barris/dia. A produção iraquiana hoje oscila entre 500 mil a 600 mil barris/dia, com possibilidade para produzir 700 mil a 800 mil barris/dia, e Boussena julga pouco provável que atinja em julho 1,5 milhão de barris/dia previstos.

A expectativa do economista argelino é de que a OPEP não irá alterar a produção fixada este mês, com o objetivo de manter os preços entre US$22,00 a US$28,00 o barril. Se houver aumento da oferta, a tendência é o preço cair e isso implicaria na rediscussão das cotas, problema delicado que criaria novas tensões internas diante da possibilidade de perda de receita, analisou. Sadek Boussena disse que se o Iraque acertar as condições de segurança, sua produção talvez chegue a 2,5 milhões de barris diários, retomando o nível anterior.

Há 10 dias, o Iraque efetuou uma exportação simbólica de 9 milhões de barris, estocados antes da guerra, na Turquia, para companhias européias e americanas. O consumo interno do país hoje é de 300 mil barris/dia, importando da Jordânia e Turquia.