Brasília, 19/3/2003 (Agência Brasil - ABr) - Os 17 mil brasileiros residentes na região do conflito terão absoluto apoio do governo brasileiro se quiserem retornar ao país, garantiu hoje o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Os dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizados pelo governo para resgatar os brasileiros residentes no Iraque aguardam, no Rio de Janeiro, a manifestação de grupos que desejem voltar.
Até o momento, poucas pessoas manifestaram interesse de voltar. "Apenas um grupo de mulheres", na Turquia, informou Amorim. "Nós não temos estrutura técnica e financeira para permanecer na região", ressalvou o ministro. Por isso, disse, será preciso reunir os grupos num único local que, a princípio, seria o Cairo, no Egito, para o embarque no Hércules C-130 e no Boeing 707. Os dois aviões têm capacidade para transportar 220 pessoas e estima-se que, se o conflito iniciar, cerca de 200 a 500 brasileiros deverão deixar o Oriente Médio.
Meia hora após o prazo dado pelos Estados Unidos ao presidente iraquiano Saddam Hussein para que renuncie ao posto e deixe o país com seus filhos, ainda não havia sido declarada guerra. Entretanto, segundo informações da CNN, tropas especiais já invadiram o Iraque pela região Sul. Segundo a rede, os embates acontecem na fronteira com o Kuwait. Testemunhas disseram que uma gigantesca coluna de tanques avançou acompanhada de veículos blindados com tropas e caminhões de abastecimento.
O deslocamento começou horas antes de esgotar-se o prazo dado pelo presidente George W. Bush para Saddam Hussein deixar o poder ou enfrentar uma ação armada. Tempestades de poeira na região foram as aliadas do Iraque no embate. Ventos de cerca de mais de 30 quilômetros por hora reduziam dramaticamente a visibilidade no deserto do Kuwait.