Rio, 12/3/2003 (Agência Brasil - ABr) - O consumo familiar deve aumentar 1% este ano. A projeção é do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA), divulgada hoje. Segundo o coordenador do Grupo Conjuntural do IPEA, Paulo Levy, o resultado será possível por causa da demanda reprimida e do aumento das transferências do governo, como a Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) - benefícios que, segundo ele, aumentaram muito no ano passado. Só nas transferências do INSS o aumento foi de 7,5% em termos reais.

Levy disse que isso ajuda a compreender a razão de a demanda vir se sustentando. "As transferências do governo estão crescendo muito, até porque o salário mínimo real também cresceu no ano passado. Mesmo que a renda do trabalho esteja caindo, há outros componentes de renda das famílias que estão crescendo e isso acaba amortecendo um pouco a queda da renda do trabalho", explicou.

O boletim de conjuntura de março de 2003 indica também um crescimento de 1,5% no setor da construção civil. A expectativa se baseia na estimativa de aumento dos investimentos destinados à classe média e à habitação popular. O crescimento previsto para a indústria é de 2,3%, sendo que o setor de transformação passaria por ampliação moderada no primeiro semestre, melhorando no segundo, para chegar ao fim do ano com a expansão de 1,8%.

O IPEA estima um crescimento do PIB para este ano de 1,8% e está mais otimista em relação a 2004, com projeção do Produto Interno Bruto em torno de 2,8%. Paulo Levy disse que isso se explica com as perspectivas de inflação mais baixa em 2003 e a retomada do crescimento no segundo semestre do ano, com consequente redução das taxas de juros.