Brasília, 18/2/2003 (Agência Brasil - ABr) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu hoje, no Palácio do Planalto, os fiscais que fazem parte do Grupo Especial de Fiscalização que combate o trabalho escravo no campo. Lula anunciou que não fará cortes nos recursos destinados ao programa no valor de R$ 1,2 milhão.
Os fiscais se colocaram à disposição para dar apoio ao programa Fome Zero. "Esse apoio seria executado por um posto móvel do Ministério do Trabalho e Emprego, que funcionaria em um veículo com estrutura tecnológica on line e serviria como um apoio as ações do grupo", anunciou Ruth Beatriz Vilela, secretária de Inspeção do Trabalho.
Antes da visita ao presidente Lula da Silva, a secretária Ruth Vilela fez um balanço do trabalho do Grupo Especial Móvel de Fiscalização na presença do ministro do Trabalho, Jaques Wagner. Todas as blitz foram bem-sucedidas. As batidas do Grupo Móvel este ano já libertaram 827
trabalhadores, sendo que os grandes focos do trabalho escravo no Brasil estão concentrados nos estados do Pará, Mato Grosso, Maranhão e Goiás.
O Grupo Móvel, além dos auditores, atua em conjunto com a Polícia Federal e o Ministério Público do Trabalho. A secretária explica que o ciclo da degradação se inicia com os "gatos" (recrutadores de trabalhadores) que ficam nas praças das cidades em buscas de vítimas para trabalhar nas fazendas em desmatamento para comércio de madeira ou ampliação de pasto. "Os estados do Maranhão e Piauí são os mais cobiçados pelos 'gatos' pelo alto índice de pobreza e desinformação dos trabalhadores que são seduzidos pelas promessas de garantia de emprego e salário compensador", disse Ruth.