Porto Alegre, 10/1/2003 (Agência Brasil - ABr) - A Secretaria Estadual dos Transportes iniciou hoje estudo sobre as causas do aumento no número de acidentes, situação e controle das rodovias do estado, onde o aumento foi de 11%, enquanto nas estradas federais o registro foi de redução. O aumento de 7,3% no número de mortes nas estradas gaúchas em 2002, em relação ao ano passado, depois de cinco anos de queda nos índices, preocupa as autoridades gaúchas.
Em 1997 morreram 932 pessoas nas estradas estaduais e federais. A partir da implantação do novo Código de Trãnsito Brasileiro (CTB) em 1998, os índices cairam 19% no primeiro ano (753 mortos), baixando em 2001 a 695 mortos. Em 2002, no entanto, o número voltou a subir, chegando a 746 mortes.
O superintendente da Polícia Rodoviária Federal no estado, inspetor Vanderlei Langer, alinha entre suas justificativas a falta de habilitação adequada, mas especialmente a falta de educação do motorista para o trânsito, principalmente com o abuso dos limites de velocidade, ultrapassagens inadequadas e falhas no Código de Trânsito. Destaca também a deficiência de pessoal na corporação.
Já o engenheiro de trânsito David Owadia, que atuou por 30 anos no DNER, hoje substituído pelo DNIT (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes), afirma que os agentes operadores de trânsito são os maiores culpados. E cita como exemplo pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Transporte, com o apoio da Universidade Federal do Rio de Janeiro sobre a qualidade do trânsito no mundo: o Canadá aparece em primeiro lugar, com três mortes por ano na distãncia de 1.000 quilômetros de estradas, seguido por Estados Unidos, com sete mortes anuais, França, Reino Unido e Japão, com 10 mortes. No Brasil, o registro é de 210 mortes por ano nessa distância e de deficiências em 78% das estradas.