Brasília, 7/1/2003 (Agência Brasil - ABr) - Representantes do setor de Educação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) informaram ao chefe de gabinete do Ministério da Educação, Osvaldo Russo, que a entidade quer trabalhar em parceria com o Mec no Programa de Alfabetização, para ensinar a ler e escrever os cerca de 200 mil trabalhadores rurais que vivem em assentamentos de 23 Estados brasileiros. Eles também pediram audiência com o ministro Cristovam Buarque, para apresentar a proposta e detalhar as formas de ação imediata.
Participaram da audiência Edgar Kolling, coordenador nacional do setor de Educação; João Carlos Rodrigues, coordenador nacional do MST; Luiz Antônio Pasquetti, do setor de projetos; e Enedina de Andrade, coordenadora de Educação do MST no Distrito Federal. Na avaliação de Osvaldo Russo, o MST tem uma experiência fantástica na área de alfabetização no campo. O movimento é organizado e tem grande capacidade de mobilização. E essa parceria seria uma forma de reabrir a discussão e refazer os laços de trabalho entre o Ministério da Educação e o Movimento rompidos nos últimos sete anos, disse Russo.
Ele prometeu levar o pedido de audiência ao ministro, confiando na possibilidade de parceria para buscar os resultados que o Brasil espera. Pelos dados do MST, se a parceria for realizada, a entidade tem capacidade para abrir duas mil turmas de alfabetização nos assentamentos em março deste ano. Além dessa forma de trabalho, explicou Edgar Kolling, o Movimento também quer discutir com o Ministério da Educação a constituição de uma coordenação para discutir a formulação de uma política de Educação específica para o campo, que compreenda desde o currículo escolar à formação de professores, incluindo o livro didático que aborde as temáticas rurais. Dos seis mil professores rurais, relatou Edgar Kolling, a metade não tem formação para o magistério.