União dos povos da América é tema principal na Reunião do Conselho do Mercado Comum

06/12/2002 - 12h53

Brasília, 6/12/2002 (Agência Brasil - ABr) - O sonho de união dos povos da América, hoje consolidado no livre trânsito entre os habitantes dos países, especialmente do Mercosul, e os avanços, antes teóricos, que permitiram a melhoria da qualidade de vida, foram os principais temas dos discursos, hoje pela manhã, na XXIII Reunião do Conselho do Mercado Comum. Durante dois dias, em Brasília, Chefes de Governo e de Estado do Brasil, Argentina, Uruguai, Bolívia, Paraguai, Chile e representantes dos presidentes da Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e do Equador analisaram e negociaram novas propostas.

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, enviou uma fita de vídeo na qual justifica sua ausência e saúda cada um dos presidentes informalmente. Ele cumprimentou o presidente do Chile com as seguintes palavras: "Que tal, Ricardo? Grande amigo e poeta!". Ao presidente eleito do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, Chávez saudou dizendo: "companheiro Lula, de Pernambuco, sorte!".

O presidente do Chile, Ricardo Lagos, lembrou que nos anos 60, ele e Fernando Henrique Cardoso conversavam "teoricamente" sobre a integração dos povos sul-americanos. "Jamais pensamos que no futuro estaríamos novamente falando em integração, presidente Cardoso", disse.

Depois do discurso de Ricardo Lagos, o presidente Fernando Henrique Cardoso, pela primeira nesta manhã, falou em espanhol. Lagos disse que o Mercosul passou momentos difíceis, porém "desde 95, com a posse do presidente Cardoso, temos presenciado "um tremendo êxito". Na sua opinião, o presidente Fernando Henrique fala "com muito realismo dos problemas financeiros da região".

O presidente da Bolívia, Gonzalo Sánchez de Lozada, foi o sotaque mais diferente do encontro. Depois de ter vivido muitos anos como estudante nos Estados Unidos, Lozada lembrou o rio Mississipi como importante fator de integração do povo daquele país e sugeriu o aproveitamento do Rio da Prata, para união dos povos do Cone Sul. Para o presidente boliviano, para o Mercosul falta ainda ações na área da saúde.

O presidente da Argentina, Eduardo Duhalde, ressaltou que ele e Fernando Henrique participavam pela última vez como presidentes da República de uma reunião com os colegas da América do Sul. Em 25 de abril do próximo ano, realizam-se eleições presidenciais na Argentina.

Luis Macchi, presidente do Paraguai, e Jorge Batlle, do Uruguai, também fizeram balanços das negociações e do sonho de união entre os povos sul americanos, como "sonhou" Simon Bolívar, chamado de o libertador da América do Sul.