Brasília, 6/12/2002 (Agência Brasil - ABr) - O Dia da Liberdade de Imprensa e os 40 anos do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal foram comemorados hoje na Câmara Legislativa do DF. Além da deputada distrital Maria José Maninha (PT-DF), que propôs a homenagem, também estiveram na solenidade o atual presidente do Sindicato, Edgar Tavares, e o ex-presidente da entidade, Bartolomeu Rodrigues. O diretor da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Iran Alfaia, e o presidente do Clube da Imprensa, Paulo Roberto de Miranda, foram os outros representantes da imprensa convidados para a homenagem.
Apesar de serem comemorados nos dias 10 de setembro e 1º de julho, respectivamente, o Dia da Liberdade de Imprensa e o aniversário do Sindicato foram homenageados apenas hoje porque, segundo a deputada Maninha, no mês de julho ocorreu o recesso parlamentar e, em setembro, outros assuntos estavam na pauta de discussões da Câmara. "A liberdade de imprensa caminha junto com a democracia. E a luta do sindicato ocorre para que essa liberdade seja garantida. É por isso que a homenagem não poderia deixar de acontecer, mesmo em um dia diferente das datas em que as comemorações ocorrem", declarou Maninha.
Além da liberdade de imprensa e da luta do sindicato em seus 40 anos de atuação, outros assuntos foram tratados na sessão da Câmara. Esse é o caso da presença feminina nas redações dos órgãos de comunicação brasileiros, tema que também esteve nas discussões que marcaram a comemoração. "O número de mulheres nas chefias dos veículos de imprensa tem alcançado sucessivos aumentos. Isso também é um motivo para a homenagem", comentou o presidente do sindicato Edgar Tavares, que lembrou de jornalistas que passaram pelo sindicato desde 1962. Entre os nomes citados, estavam os jornalistas Carlos Castello Branco, primeiro presidente da instituição, e Hélio Doyle, que chefiou as duas gestões seguintes.
Mas o direito à livre expressão não foi discutido na solenidade apenas sob o ponto de vista do jornalista. O cidadão comum também foi lembrado. "A luta pela liberdade de expressão do jornalista continuará, mas também deve-se buscar dar mais espaço ao cidadão comum na mídia brasileira", disse Tavares. O professor da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB), Luiz Martins, presente à sessão, lembrou aos oito mil novos jornalistas que se formam no Brasil a cada ano, segundo dados do sindicato dos jornalistas: "Se antes, sequer tínhamos liberdade de imprensa, hoje, já podemos criticar o que é publicado com essa liberdade. Agora, falta dar voz e ouvir as pessoas que não fazem parte da mídia".