Brasília, 6/12/2002 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Justiça, Paulo de Tarso Ribeiro, se encontrará amanhã, às 9 horas, com secretários de Justiça, Cidadania, Direitos Humanos e Dirigentes Prisionais do estado de São Paulo, quando o secretário da Administração Penitenciária do Estado, Nagashi Furukawa, apresentará o projeto de desativação da Casa de Detenção Professor Flamínio Fávero, do complexo presidiário do Carandiru. No domingo, assiste, às 11 horas, à implosão dos pavilhões 6,8 e 9 da Casa de Detenção.
Nagashi foi diretor do departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça, em 1999, e responsável pela apresentação do projeto de desocupação do Carandiru ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, em março de 2001.
O ministério da Justiça foi responsável por 80% da verba para desocupação da Casa de Detenção, que totalizou R$ 100 milhões. Para o efetivo esvaziamento do Carandiru, o governo federal e o governo do estado de São Paulo construíram 11 unidades prisionais distribuídas em 9 penitenciárias compactas de 768 vagas cada e 1.344 no regime semi-aberto, em dois Centros de Progressão Penitenciária, de 672 vagas. Com essas construções, foram criadas 8.256 vagas a mais ao sistema penitenciário do Estado. Os últimos presos da unidade do Carandiru foram retirados em setembro deste ano.
Depois da implosão, será construído o Parque da Juventude, transformando os outros quatro pavilhões em locais voltados ao desenvolvimento educacional, esportivo, social, cultural e tecnológico.
Inaugurada em 1956, pelo governador Jânio Quadros, a Casa de Detenção de São Paulo foi projetada para abrigar 3.250 presos. Reestruturada, sua capacidade máxima instalada elevou-se para 6.300 presos. Desde o ano de 1975, ela deixou de cumprir a sua destinação original de abrigar apenas os presos à espera de julgamento. No início da década de 90, chegou a ser iniciada a construção do Carandiru 2, um conjunto de esqueletos inacabados que abrigariam mais três mil detentos. A população da Casa de Detenção oscilou perto dos 7 mil, mas chegou a ter picos de superlotação que ultrapassaram 8 mil presos.