IBGE anuncia o maior IPCA desde julho de 1994

06/12/2002 - 10h25

Rio, 6/12/2002 (Agência Brasil - ABr) - O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado pelo governo para traçar as metas de inflação, teve alta de 3,02%, em novembro. O resultado é o maior registrado pelo IBGE, desde julho de 1994, quando foi lançado o Plano Real e a inflação atingiu 6,84%. Em outubro, o IPCA ficou em 1,31% e a inflação acumulada no ano já chega a dois dígitos, alcançando 10,22%. No mesmo período do ano passado o acumulado era de 6,98%. Nos 12 meses o acumulado é de 10,93%, superior ao resultado dos 12 meses imediatamente anteriores (8,45%). Em novembro de 2001, a taxa mensal foi de 0,71%.

Segundo a pesquisa, divulgada hoje, o resultado de novembro foi estimulado pela alta do dólar e ficou acima das estimativas do mercado, que variavam entre 2,50% e 2,92%. Os grupos alimentos e combustíveis foram os que mais contribuíram para a formação da taxa, com 2,21%. A alta de alimentos no mês, pressionada pelo câmbio, chegou a 5,85%, o dobro dos 2,79% registrados em outubro. Os principais reajustes ocorreram no açúcar refinado (49,6%), açúcar cristal (33,55%), farinha de trigo (15,17%), farinha de mandioca (14,51%), arroz (13,08%), ovos (12,06%), macarrão (9,90%), pão francês (7,23%) e carnes (6,36%).

Os combustíveis contribuíram para o índice em 0,88 ponto percentual. A gasolina, cujos preços aumentaram 10,53% nas bombas, exerceu impacto individual de 0,43 ponto percentual, o maior no IPCA do mês. Os preços do álcool combustível aumentaram 26,35% e os do gás de cozinha, 12,43%. O óleo diesel teve alta de 14,63%. Também pesaram os reajustes nas tarifas de ônibus urbanos (1,94%) e energia elétrica (1,72%) de algumas regiões metropolitanas.
O maior índice regional foi observado em Brasília (3,91%) e o menor, em Belo Horizonte (2,58%). No Rio de Janeiro, a inflação foi de 3,25%, e, em São Paulo, 2,88%.

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980 e refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos. A pesquisa de preços para a formação do índice abrange nove regiões metropolitanas (Rio de Janeiro, Fortaleza, Belém, Salvador, Curitiba, Recife, São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte), além de Brasília e do município de Goiânia.