Brasília, 6/12/2002 (Agência Brasil - ABr) - A partir da próxima semana, o estado do Mato Grosso do Sul poderá retomar as exportações de carne bovina para o Chile, suspensas desde o dia 7 de novembro passado por causa do surgimento de focos de febre aftosa no Paraguai. A reabertura desse mercado foi negociada essa semana pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), depois de dois dias de reuniões entre técnicos da Secretaria de Defesa Agropecuária e autoridades chilenas para tratar de problemas fitossanitários.
O governo chileno também se comprometeu a reabrir as importações de aves brasileiras no próximo ano.
De acordo com o secretário de Defesa Agropecuária, Luiz Carlos de Oliveira, durante os encontros, realizados em Santiago, o Mapa comprovou, inclusive com um relatório elaborado por técnicos do Centro Pan-americano de Combate à Febre Aftosa (Panaftosa), a inexistência de focos da doença no Mato Grosso do Sul. Além disso, reclamou da ausência de base técnica e científica para a suspensão das importações de carne bovina pelo Chile.
Com o maior rebanho bovino do país, de aproximadamente 23 milhões de cabeças, o Mato Grosso do Sul é responsável pela metade das exportações de carne do Brasil, que é um dos principais fornecedores de carne bovina para o Chile.
O secretário lembrou que há cerca de 12 anos o Chile impõe restrições à importação de carnes de aves do Brasil. Oliveira ressaltou, no entanto, que os principais Estados produtores, RS, SC, PR, SP, MG, GO, MS e MT, além do Distrito Federal fazem parte da área livre da doença de Newcastle – principal problema sanitário da avicultura.
Diante da argumentação brasileira, as autoridades chilenas se comprometeram a retomar, a partir de março próximo – após a apresentação pelo Brasil de inquérito sorológico – o comércio de aves e seus produtos.
O Mapa obteve também das autoridades chilenas o compromisso de reavaliar a habilitação de Santa Catarina para exportação de carne suína, já que o Estado é reconhecido nacionalmente como livre da febre aftosa sem vacinação.