Brasília, 2/12/2002 (Agência Brasil - ABr) - O Tribunal Superior Eleitoral quer ampliar para mais 81 mil o número de locais de votação para evitar que nas próximas eleições voltem a ocorrer as filas verificadas principalmente no primeiro turno de votação das eleições de 2002. O TSE verificou que a principal causa da formação das longas filas foi a dimensão exagerada de muitas das atuais 336.739 seções eleitorais em todo o país. Por isso, o presidente do TSE, ministro Nelson Jobim, decidiu fixar em 400 o volume máximo de eleitores por seção, que hoje chega a contar com até 700 eleitores inscritos.
O ministro sugeriu que além de escolas públicas e privadas, outros espaços urbanos, como clubes, prédios públicos, centros de treinamento e associações comunitárias, além de espaços específicos para deficientes sejam também utilizados na votação.
Na semana passada, os presidentes, corregedores-gerais e juízes dos TRE´s reuniram-se em Florianópolis com o ministro Nelson Jobim para fazer uma avaliação do resultado do pleito e apresentar propostas para evitar a repetição das falhas detectadas pela Justiça Eleitoral.
No encontro, os magistrados e servidores do TSE e dos TREs concordaram que houve um grande investimento e avanços quanto à segurança do voto, mas que a comodidade do eleitor ficou esquecida. A Justiça Eleitoral vai fazer um levantamento para a escolha dos novos locais de votação e a instalação das seções, com base em análise técnicas e na logística de tráfico.Com a distribuição de eleitores pelas novas seções, deverão ser necessárias cerca de 85 mil urnas adicionais.
De acordo com o relatório, em algumas seções do interior de São Paulo a votação no primeiro turno encerrou-se somente a 1h da manhã do dia seguinte da eleição. Na capital paulista, a votação terminou às 23 horas. Já no Estado do Paraná não houve filas significativas, devido ao desmembramento de seções ,o que permitiu que a votação fosse encerrada por volta das 17h30m.
O TSE vai informar também ao Congresso sobre os problemas surgidos com a utilização no processo de votação do módulo impressor externo, que, segundo os juízes, em nada "agregou em termos de segurança ou transparência e só criou problemas.".
Durante a reunião, avaliou-se que nas seções que utilizaram o voto impresso foi maior o tamanho das filas, bem como o número de votos nulos e brancos e do percentual de urnas que apresentaram defeito. No Rio de Janeiro, por exemplo, ficou constatado que aproximadamente 60 % dos eleitores não examinaram o espelho do voto na impressora. Na Bahia, muitos eleitores não conseguiram finalizar a votação na urna impressa, e tiveram que passar para a votação em cédula de papel, na urna de lona.