Rio, 2/12/2002 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Justiça, Paulo de Tarso, participou nesta segunda-feira, no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ/RJ), da abertura do I Seminário de Gestão Judiciária, onde se discute a Reforma Silenciosa da Justiça.

Em seu discurso, o ministro fez um alerta sobre a gravidade da situação do regime jurídico brasileiro. "Acho que o sistema nacional de oferta de justiça vem sofrendo uma degradação forte e há necessidade de uma ação integrada de todos os atores desse sistema, desde a polícia até o último juiz, passando pelo Ministério Público, pela Ordem dos Advogados do Brasil, pela comunidade jurídica e pelo usuário, que é o cidadão, no sentido de levar o tema da gestão para o judiciário", disse o ministro.

Na avaliação do presidente do TJ/RJ, Marcus Faver, que participou da mesa de abertura do seminário, a análise do ministro Paulo de Tarso foi precisa, adequada e realística sobre as condições de funcionamento da justiça brasileira. "É uma visão exata sobre a deficiência da justiça, mostrando os pontos necessários para uma reforma e adequação às necessidades da população.

Ele enfatizou pontos que o Tribunal de Justiça vem enfatizando há algum tempo. A justiça deve ser célere, eficiente e justa, porque, se não, perde credibilidade e a sociedade acaba iniciando um processo de descrença nas instituições, que é o maior risco no sistema democrático. "Quando a população não acredita nas suas instituições, estamos com o campo social preparado para as investidas que causaram os grandes males do Brasil nos últimos 50 ou 100 anos. A volta do ditatorialismo ou da demagogia", afirmou o desembargador.